[está super gigante. Peço desculpa...]
Abri os olhos pela milésima vez naquela noite, os lençóis que eu empurrara com os pés estavam ao fundo da cama, as gotas de suor desciam pelo meu peito, o calor emanava de todos os lados, transformando o meu quarto num autêntico forno. Não conseguia dormir, algo me atormentava não sabia bem o que. Sentei-me na borda da cama, o meu pon-pon desfez-se quando ergui a cabeça, pois não suportara os movimentos bruscos que eu fizera enquanto me rebolava na cama, enquanto ia pensando no feio do Tomás. Olhei para a nossa fotografia que estava em cima da mesinha-de-cabeceira. Foi quando fomos ao Porto. Provavelmente não é o destino mais romântico, mas sinceramente não me importei que ele tivesse optado por essa cidade portuguesa normalíssima em vez de uma cidade exótica e estrangeira. Foram dos momentos mais felizes da minha vida.
Voltei a enrolar o cabelo num pon-pon e levantei-me. Tirei as cuecas do rabo e dirigi-me à casa-de-banho. Estava horrível, as minhas olheiras eram enormes, pelo meu pescoço iam descendo gotas de suor, e a minha cara estava cor de semáforo, graças ao calor que jazia naquela casa. Não sabia bem que horas eram, voltei para o quarto. O despertador piscava "5h00". Fui para a sala. Na janela permanecia o pedido de dança, que no dia anterior, o Tomás me tinha feito. Não tinha vontade de limpar aqueles gatafunhos, mas tinha que o fazer, por senso comum... Fui à cozinha. A torneira pingava, fechei-a e agachei-me, e abri o armáriozinho. Tirei o limpa-vidros e um paninho branco com ovelhas pretas, um pano cujo mo foi oferecido pela minha irmã, junto dele vinha um papel pequenino a dizer "para a ovelha negra da família", não é um presente que se costume oferecer, mas para ser sincera, gostei de o receber. Ri-me, e endireitei-me. Voltei para a sala, os grilos do jardim cantavam bem alto, mas não era o som ambiente ideal para me fazer companhia. Liguei a televisão, estava no canal das notícias. A noticia que estava a relatar era sobre um acidente de mota. Parecia grave. Sentei-me no sofá e ouvi...
Acidente, mota, homem, 22 anos... não podia ser... Levantei-me num ápice, peguei no telefone e liguei para a casa do Tomás, ninguém atendeu. Liguei para o telemóvel, ninguém atendeu... Vesti umas calças, uns chinelos de enfiar no dedo. Peguei nas chaves do carro, e fui com prego a fundo até ao Hospital de Santo Luso. Atenderam-me logo, pois o Hospital estava vazio. Entre soluços disse que vinha identificar o corpo, cujo tinha tido um acidente de moto no dia anterior... Levaram-me a uma sala. Em cima de uma maca estava um corpo coberto por um pano meio acidentado. Afastaram o pano e eu vi. Tapei a boca para não vomitar. A cara do corpo estava desfigurada. Aproximei-me. Não podia acreditar no que via... Não podia ser... Não podia mesmo... Peguei na mão do homem e vi... No polegar estava um símbolo do Infinito desenhado. Olhei para o meu polegar, e lá estava o mesmo símbolo. Comecei a soluçar ainda mais e debrucei-me sobre o cadáver, onde anteriormente jazia uma alma alegre e maravilhosa... O corpo tinha sido identificado...No dia de ontem às 18h28 ocorreu um grave acidente na Rua dos Selos. Um individuo de mota, ao atravessar um semáforo, atenção que este estava verde, foi atropelado e projectado para a rua ao lado, por um condutor bêbado cujo paradeiro é desconhecido, pois este fugiu. Ainda não se descobriu quem era o sujeito que conduzia a mota, pois este ficou com a cara desfigurada graças ao embate que teve quando foi contra o chão, quando o capacete se partiu ao meio. Só se sabe que era um homem, por volta dos seus 22 anos. O acidente foi muito grave, o que fez com que o homem morresse instantaneamente. Continuamos à espera de informações. E pedimos que vão ao Hospital de Santo Luso, para identificar o corpo. Obrigado. Já a seguir, quadros roubados em (...)
(...)
Sentia-me só. Sem ele.O telefone ia tocando à medida que os dias passavam, uns davam os pêsames, outros perguntavam se precisava de ajuda, e outras ofereciam-na. Até que um dia, houve um telefonema do qual eu não estava à espera. Um telefonema da mãe do Tomás.
- Estou? Diana?
- Sim..?
- Bem.. não quero falar do que aconteceu, mas quero que saibas que mesmo que tenha acontecido o que aconteceu que para mim serás como sempre uma filha, e o amor do meu filho e que estarei sempre aqui para ti... Queria-te dizer, que para ser sincera, não tenho coragem para ir ao apartamento do meu filho, e que o meu marido está a tratar disso, mas gostava que fosses lá... Deve haver coisas que irás querer...
- Sim, D. Margarida.. obrigada... mas tal como a senhora.. provavelmente não tenho coragem de lá entrar.
- Eu percebo querida... - e começou a chorar - bem.. se mudares .. de ideias... já sabes...
- Sim.
E desliguei o telefone. Sentei-me, o tempo lá fora estava seco, e as nuvens estavam feias. Mudei de ideias de facto. Fui até ao apartamento dele. Tirei da minha carteira a pequena chave dourada, e abri a porta devagarinho. Na cómoda do Hall de entrada, estavam milhentas fotos nossas, pulas todas para baixo.Vagueei pela casa. Estava desarrumada. No entanto a cama estava feita. Ninguém nela dormira na noite anterior.. Sentei-me na cama dele e olhei em volta. As paredes estavam cobertas de posters, as roupas estavam espalhadas pelo chão. Na parede, à frente da cama, estava um quadro que ocupava a maior parte da parede. Era um quadro feito por ele. Um quadro onde estavam duas pessoas, a andar de baloiço. Eramos nós. Senti saudades. Uma lágrima rolou pelas minhas faces rosadas. Reparei que em cima da mesa-de-cabeceira estava um saquinho pequenino de seda vermelho. Peguei nele e fiquei a olhar. Abri-o. Lá dentro estava um cartãozinho, dizia "Porque te amo". Fiquei a olhar para aquilo sem saber o significado daquilo. Olhei de novo para a mesa-de-cabeceira e vi que no sitio onde posteriormente estava o saquinho de seda, agora estava um medalhão de ouro branco. Tinha a forma do Infinito. Sorri e outra lágrima rolou pelas minhas covinhas. Tirei o meu colar, peguei no medalhão. Trespassei o colar pelo medalhão e voltei a por o colar ao pescoço. Levantei-me e fui ver-me ao espelho da cómoda. O medalhão não combinava muito com o colar. Mas no entanto sabia, que mesmo ficando mal, estava perfeita de certa forma.
Ouvi um guizo na outra divisão, vinha da cozinha. Fui até lá, espreitei pela porta e vi que era o gato do Tomás. O Júnior. Ele ronronou de novo. Agachei-me à frente dele. Ele aproximou-se e apoiou-se nas minhas pernas com as patas dianteiras, lambeu-me o nariz. Disse:
- Então Júnior...?
Ele fez um ronron meio triste.
- Não podes ficar sozinho, tens que ficar com alguém.
- Ronron
- Gostas do nome Tomás Júnior?
- Ronron
- Ainda bem.
Peguei nele, e olhei em volta. Fui me embora.
Sentia-me de novo com ele.
Dediquei esta segunda parte ao Paulo S. Foi ele que escolheu a música :3
29 comments:
Ai querida chorei como já tinhas previsto ontem :c
Gostei da história, como sempre adorei a forma como escreves mas, como já sabias fiquei bue em baixo por causa do final D:
Está lindo princesa
esta lindo amor :o
Oh minha querida está tão lindo este textão :)
Boas descrições, só o final é que foi muito rápido. Pensei que irias descrever mais a parte final. No entanto está lindo!
Ficou grande mas fácil de ler e compreender. Fez-me ficar com o coração apertado mas pronto :x
Um beijinho grande e obrigado por me dedicares minha querida <3 *
Nem eu fofinha, mas que dava jeito, isso dava :p
Que textinho mais perfeito (não tens nada de pedir desculpa :o). e que fotografia amorosa $:
oh obrigada princesa, mas nao tao bom como os teus *.* ♥
oh minha querida, obrigada! obrigada mesmo! são dessas palavras que eu preciso neste momento; e tu e muitos outros souberam dar, com o vosso carinho único e com o embalo simpático que eu estava mesmo a precisar... agradeço-te por isso ♥
Ai nem sabes o quanto eu sinto a historia quando tu escreves minha Adriana. aparece que estou lá a visualiza-la
LINDO! oh meu deus *.* (triste, mas tãããão lindo)
De nada princesa <3
esta historia é tao triste mas esta muito bonita.
nao esta nada demais :p
beijinho
obrigadaaa :)
está lindo!
Ahah, é mais ou menos isso :p
Acho o texto magnifico embora tenha ficado um pouco texto. E não te preocupes com o tamanho porque eu achei que passou tão depressa. A serio gostei imenso.
Beijinho *
Obrigada, querida. :'D
Já mudei. :)
esta mesmo fofo o teu blog +.+
princesa o teu textão está WOWW, adorei ! lê-se super bem, não ligues ao tamanho!
Juro que odeio pessoas invejosas e mesquinhas amor, aliás quando vi hoje a prole de fofocas que ia a volta de mim e do meu rapaz, só me apetecia ir perguntar se tinham algum problema :S
obrigada querida.
que perfeição :o
e eu adoro o teu blog o:
Oh minha linda, este aumento que fizeste calha mesmo bem. Está lindo, LINDO!
Já somos duas.:D
E adorei. :O
Tão lindo e tão triste.
Quase que me fazias chorar :$
Vais haver 3ª parte?
blog lindo meu amor :$
Escreves lindamente :3
Vou seguir *
beijo
Escreves lindamente :3
Vou seguir *
beijo
sim, minha querida! vou descansar.
texto lindo, continua*
ohh, e reparei agora que o meu blog está ali nos "recomendados!" OBRIGADAAA :D a sério <3
(o meu blog mudou de nome )
Agora já sabes querida *
e eu ! é perfeita*
ounn , adorei os textos *-* (este e o anterior) estão completamente perfeitos adorei mesmo
Oh oki.
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