My body is a cage - Peter Gabriel

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Sunday, January 16, 2011

crash [parte 2]


[está super gigante. Peço desculpa...]
Abri os olhos pela milésima vez naquela noite, os lençóis que eu empurrara com os pés estavam ao fundo da cama, as gotas de suor desciam pelo meu peito, o calor emanava de todos os lados, transformando o meu quarto num autêntico forno. Não conseguia dormir, algo me atormentava não sabia bem o que. Sentei-me na borda da cama, o meu pon-pon desfez-se quando ergui a cabeça, pois não suportara os movimentos bruscos que eu fizera enquanto me rebolava na cama, enquanto ia pensando no feio do Tomás. Olhei para a nossa fotografia que estava em cima da mesinha-de-cabeceira. Foi quando fomos ao Porto. Provavelmente não é o destino mais romântico, mas sinceramente não me importei que ele tivesse optado por essa cidade portuguesa normalíssima em vez de uma cidade exótica e estrangeira. Foram dos momentos mais felizes da minha vida. 
Voltei a enrolar o cabelo num pon-pon e levantei-me. Tirei as cuecas do rabo e dirigi-me à casa-de-banho. Estava horrível, as minhas olheiras eram enormes, pelo meu pescoço iam descendo gotas de suor, e a minha cara estava cor de semáforo, graças ao calor que jazia naquela casa. Não sabia bem que horas eram, voltei para o quarto. O despertador piscava "5h00". Fui para a sala. Na janela permanecia o pedido de dança, que no dia anterior, o Tomás me tinha feito. Não tinha vontade de limpar aqueles gatafunhos, mas tinha que o fazer, por senso comum... Fui à cozinha. A torneira pingava, fechei-a e agachei-me, e abri o armáriozinho. Tirei o limpa-vidros e um paninho branco com ovelhas pretas, um pano cujo mo foi oferecido pela minha irmã, junto dele vinha um papel pequenino a dizer "para a ovelha negra da família", não é um presente que se costume oferecer, mas para ser sincera, gostei de o receber. Ri-me, e endireitei-me. Voltei para a sala, os grilos do jardim cantavam bem alto, mas não era o som ambiente ideal para me fazer companhia. Liguei a televisão, estava no canal das notícias. A noticia que estava a relatar era sobre um acidente de mota. Parecia grave. Sentei-me no sofá e ouvi...

No dia de ontem às 18h28 ocorreu um grave acidente na Rua dos Selos. Um individuo de mota, ao atravessar um semáforo, atenção que este estava verde, foi atropelado e projectado para a rua ao lado, por um condutor bêbado cujo paradeiro é desconhecido, pois este fugiu. Ainda não se descobriu quem era o sujeito que conduzia a mota, pois este ficou com a cara desfigurada graças ao embate que teve quando foi contra o chão, quando o capacete se partiu ao meio. Só se sabe que era um homem, por volta dos seus 22 anos. O acidente foi muito grave, o que fez com que o homem morresse instantaneamente. Continuamos à espera de informações. E pedimos que vão ao Hospital de Santo Luso, para identificar o corpo. Obrigado. Já a seguir, quadros roubados em (...)
 Acidente, mota, homem, 22 anos... não podia ser... Levantei-me num ápice, peguei no telefone e liguei para a casa do Tomás, ninguém atendeu. Liguei para o telemóvel, ninguém atendeu... Vesti umas calças, uns chinelos de enfiar no dedo. Peguei nas chaves do carro, e fui com prego a fundo até ao Hospital de Santo Luso. Atenderam-me logo, pois o Hospital estava vazio. Entre soluços disse que vinha identificar o corpo, cujo tinha tido um acidente de moto no dia anterior... Levaram-me a uma sala. Em cima de uma maca estava um corpo coberto por um pano meio acidentado.  Afastaram o pano e eu vi. Tapei a boca para não vomitar. A cara do corpo estava desfigurada. Aproximei-me. Não podia acreditar no que via... Não podia ser... Não podia mesmo... Peguei na mão do homem e vi... No polegar estava um símbolo do Infinito desenhado. Olhei para o meu polegar, e lá estava o mesmo símbolo. Comecei a soluçar ainda mais e debrucei-me sobre o cadáver, onde anteriormente jazia uma alma alegre e maravilhosa... O corpo tinha sido identificado...
(...)
Sentia-me só. Sem ele.
O telefone ia tocando à medida que os dias passavam, uns davam os pêsames, outros perguntavam se precisava de ajuda, e outras ofereciam-na. Até que um dia, houve um telefonema do qual eu não estava à espera. Um telefonema da mãe do Tomás.
- Estou? Diana?
- Sim..?
- Bem.. não quero falar do que aconteceu, mas quero que saibas que mesmo que tenha acontecido o que aconteceu que para mim serás como sempre uma filha, e o amor do meu filho e que estarei sempre aqui para ti... Queria-te dizer, que para ser sincera, não tenho coragem para ir ao apartamento do meu filho, e que o meu marido está a tratar disso, mas gostava que fosses lá... Deve haver coisas que irás querer...
- Sim, D. Margarida.. obrigada... mas tal como a senhora.. provavelmente não tenho coragem de lá entrar.
- Eu percebo querida... - e começou a chorar - bem.. se mudares .. de ideias... já sabes...
- Sim.
E desliguei o telefone. Sentei-me, o tempo lá fora estava seco, e as nuvens estavam feias. Mudei de ideias de facto. Fui até ao apartamento dele. Tirei da minha carteira a pequena chave dourada, e abri a porta devagarinho. Na cómoda do Hall de entrada, estavam milhentas fotos nossas, pulas todas para baixo.Vagueei pela casa. Estava desarrumada. No entanto a cama estava feita. Ninguém nela dormira na noite anterior.. Sentei-me na cama dele e olhei em volta. As paredes estavam cobertas de posters, as roupas estavam espalhadas pelo chão. Na parede, à frente da cama, estava um quadro que ocupava a maior parte da parede. Era um quadro feito por ele. Um quadro onde estavam duas pessoas, a andar de baloiço. Eramos nós. Senti saudades. Uma lágrima rolou pelas minhas faces rosadas. Reparei que em cima da mesa-de-cabeceira estava um saquinho pequenino de seda vermelho. Peguei nele e fiquei a olhar. Abri-o. Lá dentro estava um cartãozinho, dizia "Porque te amo". Fiquei a olhar para aquilo sem saber o significado daquilo. Olhei de novo para a mesa-de-cabeceira e vi que no sitio onde posteriormente estava o saquinho de seda, agora estava um medalhão de ouro branco. Tinha a forma do Infinito. Sorri e outra lágrima rolou pelas minhas covinhas. Tirei o meu colar, peguei no medalhão. Trespassei o colar pelo medalhão e voltei  a por o colar ao pescoço. Levantei-me e fui ver-me ao espelho da cómoda. O medalhão não combinava muito com o colar. Mas no entanto sabia, que mesmo ficando mal, estava perfeita de certa forma.
Ouvi um guizo na outra divisão, vinha da cozinha. Fui até lá, espreitei pela porta e vi que era o gato do Tomás. O Júnior.  Ele ronronou de novo. Agachei-me à frente dele. Ele aproximou-se e apoiou-se nas minhas pernas com as patas dianteiras, lambeu-me o nariz. Disse:
- Então Júnior...?
Ele fez um ronron meio triste.
- Não podes ficar sozinho, tens que ficar com alguém.
- Ronron
- Gostas do nome Tomás Júnior?
- Ronron
- Ainda bem.
Peguei nele, e olhei em volta. Fui me embora.
Sentia-me de novo com ele.



Dediquei esta segunda parte ao Paulo S. Foi ele que escolheu a música :3

 [completamente inventado]

29 comments:

Catarina said...

Ai querida chorei como já tinhas previsto ontem :c
Gostei da história, como sempre adorei a forma como escreves mas, como já sabias fiquei bue em baixo por causa do final D:
Está lindo princesa

anna silva said...

esta lindo amor :o

PauloSilva said...

Oh minha querida está tão lindo este textão :)

Boas descrições, só o final é que foi muito rápido. Pensei que irias descrever mais a parte final. No entanto está lindo!

Ficou grande mas fácil de ler e compreender. Fez-me ficar com o coração apertado mas pronto :x

Um beijinho grande e obrigado por me dedicares minha querida <3 *

Say Cheese said...

Nem eu fofinha, mas que dava jeito, isso dava :p
Que textinho mais perfeito (não tens nada de pedir desculpa :o). e que fotografia amorosa $:

Catarina said...

oh obrigada princesa, mas nao tao bom como os teus *.* ♥

Anonymous said...

oh minha querida, obrigada! obrigada mesmo! são dessas palavras que eu preciso neste momento; e tu e muitos outros souberam dar, com o vosso carinho único e com o embalo simpático que eu estava mesmo a precisar... agradeço-te por isso ♥

Catarina said...

Ai nem sabes o quanto eu sinto a historia quando tu escreves minha Adriana. aparece que estou lá a visualiza-la

Anonymous said...

LINDO! oh meu deus *.* (triste, mas tãããão lindo)

Anonymous said...

De nada princesa <3

Ade said...

esta historia é tao triste mas esta muito bonita.
nao esta nada demais :p
beijinho

maria inês said...

obrigadaaa :)
está lindo!

Say Cheese said...

Ahah, é mais ou menos isso :p

Ana Catarina said...

Acho o texto magnifico embora tenha ficado um pouco texto. E não te preocupes com o tamanho porque eu achei que passou tão depressa. A serio gostei imenso.
Beijinho *

Joana Castro said...

Obrigada, querida. :'D
Já mudei. :)

Catarina said...

esta mesmo fofo o teu blog +.+

Catarina said...

princesa o teu textão está WOWW, adorei ! lê-se super bem, não ligues ao tamanho!

Juro que odeio pessoas invejosas e mesquinhas amor, aliás quando vi hoje a prole de fofocas que ia a volta de mim e do meu rapaz, só me apetecia ir perguntar se tinham algum problema :S

yasmim said...

obrigada querida.
que perfeição :o

Anonymous said...

e eu adoro o teu blog o:

PauloSilva said...

Oh minha linda, este aumento que fizeste calha mesmo bem. Está lindo, LINDO!

withababymuffin said...

Já somos duas.:D
E adorei. :O

Soraia said...

Tão lindo e tão triste.
Quase que me fazias chorar :$

Vais haver 3ª parte?

anna silva said...

blog lindo meu amor :$

L' said...

Escreves lindamente :3
Vou seguir *
beijo

L' said...

Escreves lindamente :3
Vou seguir *
beijo

mary said...

sim, minha querida! vou descansar.
texto lindo, continua*

mary said...

ohh, e reparei agora que o meu blog está ali nos "recomendados!" OBRIGADAAA :D a sério <3
(o meu blog mudou de nome )

Helena said...

Agora já sabes querida *

Carolina said...

e eu ! é perfeita*
ounn , adorei os textos *-* (este e o anterior) estão completamente perfeitos adorei mesmo

Soraia said...

Oh oki.